segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Irma: Hurricane Season


Semana passada não teve post porque estávamos vivenciando um dos maiores furações que que os Estados Unidos já viu, o furação Irma de chegava como categoria 5. Mas agora contamos um pouco dessa experiência. 

A temporada dos furacões começou dia 1 de junho e vai até 30 de novembro nas áreas que abrangem o norte do Oceano Atlântico, Golfo do Mexico e o mar do Caribe. Justamente onde as águas são calmas e mais transparentes, os famosos paraísos tropicais. Todo ano a temporada começa quando o verão chega, as temperaturas aumentam e as águas do mar também se aquecem. As chuvas aumentam,  muitas chuvas fortes, ciclones tropicais que podem se transformar nas tempestades tropicais e ir aumentando de força e tamanho até chegar nos destruidores furacões. 

E é isso que temos vivido aqui em Miami, mas principalmente nas Keys ao sul da Flórida, nos últimos dias. As previsões de que 2017 seria um ano muito acima da média de furações fortes e destruidores tem se confirmado. Infelizmente…..
Passar por um desastre natural é uma sensação de impotência total. Sentimos a natureza em seu poder pleno e imprevisível.  A  expectativa da chegada de um furação destruidor é terrível. Você tem a informação de que os ventos e as chuvas vem muito forte mas você não sabe ao certo quando e onde o furacão vai entrar e como. É uma ansiedade enorme, gera um pânico do momento  e a angústia de não saber o que vai acontecer depois que ele passar. Se você vai ter luz, vai ter casa, vai ter o que comer, ou se tudo o que você construiu na vida vai estar ali depois ou não. 

A idéia inicial era ficarmos protegidos no nosso apartamento. Já tínhamos estoque de água, de comidas enlatadas, lanternas, documentos separados e protegidos, carro com tanque cheio de gasolina, velas contra os mosquitos. Enfim… tudo o que nos foi instruído a fazer. Mas a verdade é que a gente nunca está preparado para uma catástrofe. As horas iam passando e as notícias pioravam, começavam a chegar as imagens das ilhas no Caribe que tinham sido atingidas e que não tinha sobrado absolutamente nada! As autoridades americanas entravam ao vivo nas transmissões de tv o tempo todo porque emitiram um alerta de evacuação de algumas áreas do Sul da Flórida.  Mas as horas iam passando e o aviso de evacuação foi emitido para o Estado inteiro da Flórida. Pela pela primeira vez na história americana um alerta como esse foi dado.

Mas as áreas mais perigosas certamente seriam as mais perto da água. Nós que moramos bem na beira da água  - literalmente numa ilha - somos corajosos. Mas nem tanto, quando na quinta-feira, dia 07, os alarmes soavam por toda a cidade as 11 horas na noite, não tivemos dúvida…pegamos uma mala, nossos cachorros e entramos no carro rumo a Washington DC para a casa de amigos que nos acolheram com todo o carinho.
Antes disso, já tínhamos tirado tudo de casa, móveis, decoração, TV’s, aparelhos domésticos, todas as nossas roupas…enfim, a mudança completa e colocamos tudo longe do alcance das águas.

Mas foram nas 27 horas, divididas em dois dias de estrada que nos demos conta da enormidade desse evento. Congestionamentos pelas estradas, não havia gasolina nos postos e nos que haviam, as filas de carro eram quilométricas. Os hotéis da estrada estavam lotados e as pessoas começavam a dormir dentro dos carros para descansar um pouco. Nós só conseguimos parar 10 horas depois de entrar no carro quando saímos da Flórida. Aliás, saímos meia-noite de quinta-feira e passamos a madrugada de sexta em claro dirigindo, exaustos, paramos às 4 da tarde já na Carolina do Sul. 

Ao longo do caminho víamos descer para o sul em direção à Florida caminhões de serviço, geradores, ambulâncias, equipes de salvamento. Percebíamos claramente todo um plano de ação para salvamento em situações de desastres e catástrofes. Enquanto isso, acompanhávamos as notícias, porque tudo era muito bem organizado, o governador da Florida, Rick Scott e toda a sua equipe estavam a frente de todas as informações divulgadas. Todos unidos em um só propósito. Um exemplo de patriotismo e organização que chega a arrepiar. Fomos informados que todos os hotéis estavam aceitando animais de estimação, as redes de telefonia iriam liberar o uso ilimitado de ligações, mensagens de texto e uso de internet até dia 17.  O Google e Wase alinhados para atualizar os melhores caminhos e indicar as ruas e locais interditados. Tudo planejado para a segurança e bem estar da população. 
Impressionante!

Nossos dias em Washington foram ótimos mas sempre ligados no que acontecia na Flórida. O Irma diminuiu sua intensidade e mudou um pouco a sua rota. Atingiu Florida Keys com muita força e destruiu tudo o que tinha na frente…..muito triste. Chegou em Miami na categoria 3 e depois foi perdendo a intensidade ao se afastar do mar. Mas chegando aqui nessa quinta-feira, dia 14, à noite, encontramos paisagens desoladas, árvores sem folhas, coqueiros pelados, barcos virados, letreiros quebrados, a grande maioria do verde da cidade desapareceu. Agora sobraram os prédios cinzas. Mas nos poupou e somos gratos. 

Ainda temos mais de 2 meses pela frente da temporada de ciclones tropicais e furacões. 

Respirar fundo e coragem para continuar. Mas essa experiência nunca mais esqueceremos com certeza!








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